Olhar de Bicicleta

R$20.00

 

Olhar de Bicicleta é o primeiro livro de ficção escrito por Rafael Senra. Na verdade, é mais adequado pensar na obra como “autoficção”, uma vez que o próprio Rafael surge como narrador e personagem de boa parte dos contos e crônicas.

Não é um romance: cada capítulo tem sua própria coerência interna, que não depende dos outros trechos do livro. O fio condutor é a vida do autor em São João del Rei, cidade do interior de Minas Gerais, onde Rafael morou por 12 anos e onde se formou (fez graduação e mestrado em Letras pela UFSJ). 

A bicicleta foi o símbolo dessa época. Mais do que um veículo barato e acessível, foi sob duas rodas que o autor superou diversos impasses emocionais – e ao pedalar, construiu histórias, vivências, reflexões e boa parte de sua visão de mundo.

Parece exagero que o ato de andar de bicicleta permita a elaboração de um olhar. Mas ela ajudou Rafael a perceber que ficar parado em um mundo dinâmico faz com que sejamos notados. Ao se mover, passamos a fazer parte deste mundo, e deixamos de ser observados na medida em que nos tornamos observadores.

Diferente dos pedestres vagarosos ou dos motoristas acelerados, os ciclistas possuem uma condição privilegiada de observação. Em cima da bicicleta, é como se a paisagem se tornasse uma tela cinematográfica, permitindo que polaroides de momentos sejam captados – congelando o mundano e estetizando-o na memória

Aqueles que buscam por um exercício tanto do corpo quanto da poesia tem na bicicleta um poderoso aliado. Rafael escreve sobre estradas, olhares, cheiro de mato e pessoas profundas, através de palavras que fluem como se tivessem duas rodas.

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Preço: 20 reais (livro) + 6 reais (frete*)

* Para regiões Norte e Nordeste, favor consultar outros valores com o autor.

Descrição

Rafael Senra não é apenas o autor, mas o personagem principal de (quase) todos os ensaios, contos e crônicas deste livro. Com certa liberdade poética, ele escreve sobre seus doze anos morando na cidade mineira de São João del Rei, quando cursou graduação e mestrado em Letras na UFSJ.

Nesse período, a bicicleta deveria ser apenas seu meio de transporte, mas acabou se tornando uma espécie de amuleto em movimento, capaz de proporcionar visões panorâmicas e existenciais da própria vida.

Uma leitura rápida faria crer que Rafael apenas narra suas aventuras sobre duas rodas; quando, na verdade, Olhar de Bicicleta se mostra como um exercício poético e filosófico a respeito de diversos assuntos.


A receita para o fracasso: pensar nesse livro como um “álbum conceitual”, e isso na era das fragmentadas músicas digitais. Ou como um “ritual de reencantamento do mundo”, isso na era da descrença e do cinismo. Loucura? Sem medo de soar anacrônico ou desajeitado, Senra quixotescamente empreende sua busca por sentido em uma época forjada no coração do caos.

Talvez pareça difícil distinguir o que é real e ficcional nestes escritos pouco fiéis aos dados. Sabemos que, de todos os nossos métodos de registro, a memória é o mais frágil deles. Ainda assim, nem as tecnologias mais confiáveis foram capazes de convencer as pessoas de que não se deve confiar nas lembranças. Nenhum pergaminho ou tela pixelada conseguiu nos dar tanto sabor e emoção quanto o ato de recordar.

Um texto que busque tal sabor certamente irá mandar a coerência às favas. É o caso de Olhar de Bicicleta, onde os erros, fracassos e inconsistências da existência recebem um baita de um abraço.

Para Rafael Senra, é o olhar mundano que permite ao cotidiano revelar seu lado mágico. No fundo, só precisamos dar nomes à nossos milagres.

Arlan Farese
(texto da orelha do livro)

Informação adicional

Dimensões 12 × 12 cm